Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



sexta-feira, 16 de julho de 2010

PRIMITIVO HOMEM DAS CAVERNAS

Entre o desejo e a dor
Ódio e amor
Tu és contradição
O que sai da tua boca
Não condiz com teus atos
Tua mansidão é violenta
Esquecestes tuas convicções
Primitivo homem das cavernas
Perdido
Vazio
Contido
Caminhas em círculo
Cavaste a tua própria sepultura
Teus olhos tristes observam-na
Imóvel
Perplexo
Impotente
Não consegues mudar tua vida
Nem abraçar confortavelmente a tua morte.

INCONTIDA

Ontem as pessoas viram minh’ alma
Ela saiu de mim e vomitou sentimentos
A sala quadrada era uma enorme roda girante
Redonda e nauseante
E eu implorava pra sair dali

Ontem as pessoas viram minha luz ofuscada
O meu corpo tremia e minha alma gritava
O desconhecido aterrorizava o meu ser
Monstro de mãos enormes me sufocava
E minh’alma incontida nadava solta num rio de lágrimas

Ontem sai do aquário e fui catar pedaços de mim
Encontrei uma menina que dizia mamãe
Ela tinha uma boneca quebrada debaixo do braço
Um lençol rasgado com cheiro de mato
E os pés descalços

Juntei os meus pedaços
O chão era frio e refletiu um rosto de mulher
E a mulher gritava mamãe
E a mulher era uma menina
E a menina era eu.