Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



domingo, 30 de setembro de 2012

DIFERENTE, APENAS.

Sou diferente. Apenas diferente, não quero me colocar numa posição de superioridade, tô fugindo disso.
Digamos que eu tenha uma postura diferente em relação a agir e pensar que a maioria das pessoas.
A minha vida se resume ao meu lar atualmente porque de relações superficiais já chega.
As pessoas, estão sendo colocadas em seu devido lugar agora.
Quero qualidade e sintonia, não quantidade.
Antes só, que mal acompanhada, não é assim?
Antes compreendida por um, que cercada de gente que não me compreende ou que não compreendo. Antes sem um homem pra me dar carinho que um desconhecido na minha cama.
Este é um preço caro, mas me sinto íntegra e corajosa.
Cada momento da minha vida, que seja pleno.
Estou cada vez mais, evitando arrependimentos e decepções, mas sei que não estou imune, nunca estarei.
Sofrer faz parte da vida!
Apenas estou pensando muito para falar e quero ouvir verdades.
Quero do meu lado pessoas sem máscaras.
Pessoas que tenham na sua forma de viver coisas densas para me mostrar.
Superficialidade não me interessa.
Na minha casa só habitam amigos de verdade, mesmo assim estou fechada para balanço.
As pessoas quando ajudam, cobram.
Sentem-se no direito de querer mexer ou até mudar o meu jeito de viver.
Isso não é doação.
É troca.
Quem me amar vai ter que digerir esta Giovanna que não aceita mudar apenas para agradar.
A dor da solidão é o preço que compenso com palavras que vomito em letras e lágrimas.
Amo profundamente o ser humano, afinal faço parte desta “ciranda”.
Mas, oscilando entre a dor e a agonia vejo uma essência nova crescer dentro de mim, cheia de idéias e novas convicções.
Sinto-me simples e lúcida.
Uma loucura lúcida.
Quase que surreal.
A solidão tem suas vantagens.
Ter tempo para observar quem sou e quem são as criaturas as quais tenho contato é essencial agora para mim.
Na verdade todos sofrem.
Cada um se protege à sua maneira.
Acredito que no final, descobrirei que não tive condições de conviver com o mundo lá fora como ele está ou como eu estava.
Na sua forma previsível de ser.
Agressiva de ser.
Não me sinto melhor que ninguém, repito, nem pior!
Sinto-me uma criatura diferente que agora pensa muito e fala muito pouco.
Que agora prefere escrever que falar.
Só lê quem quer.
Quem tem interesse por mim.
Assim não corro o risco de abusar da paciência dos outros, nem agredir ninguém.
Não gostou, não lê!
A minha reclusão não é fuga.
Estou aberta para receber quem me procurar, mas jamais para impor minhas ideologias.
Gosto sim de fazer as pessoas pensarem e adoro aprender com as pessoas.
Sou mutante.
Não quero parar no tempo, numa verdade absoluta criada por mim ou pela multidão.
Quero voltar a conviver plenamente com as pessoas, porém mais segura e menos sensível,
A minha forma de amar tem como lema a liberdade e o respeito pelas opções de cada ser.
Se for para me magoar, me afasto.
Para mim não existe "pecado".
Todos são livres.
Por isso não gosto de religião.
A religião gera um medo que não concebo.
Estamos aqui para aprender, e quem aprende sem erros?
Uns erram uma única vez e aprendem, outros não.
É preciso respeitar os limites das pessoas.
Não me sinto capaz de julgar ninguém.
Apenas não posso conviver com pessoas perdidas e impacientes.
Pessoas autoritárias me deixam paralisada.
Isso é uma pendência a ser resolvida.
Não gosto de submissão, não consigo administrar isso numa relação.
Não vejo sentido na vida se não trabalharmos, cavarmos um cantinho para colocar o espelho de nossas almas e nos enxergarmos com clareza.
Sem esse exercício, como podemos enxergar a essência dos nossos semelhantes, se na verdade somos uns, reflexo dos outros?
Que tenhamos luz própria para iluminar os nossos semelhantes e não ofuscá-los com rajadas de críticas e preconceitos.

sábado, 22 de setembro de 2012

BRUNNO & RAUL

Olhos negros
Olhos da curiosidade
Olhos da inocência
Olhos da beleza
Olhos da paz
Olhos  de arco-íris, sol, lua, céu, chuva, mar, terra, estrelas, brinquedos, palhaços, bolas,  bicicletas, parques, chocolates, pássaros, músicas
Olhos mágicos
Olhos da felicidade
Olhos do milagre
Olhos do futuro
Olhos que encantam
Olhos que acalentam
Olhos da esperança e do amor
Olhos que iluminam as nossas almas
Olhos que sorriem para nós, para o mundo, para a vida!
São os olhos dos meus meninos!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MELANCOLIA

De manhã os rostos vão surgindo um a um.
Olhos de quem passou a noite chorando.
Sorrisos que tentam inutilmente disfarçar a indiferença.
Apesar das árvores frondosas e bem cuidadas, paira a dor, a inconstância, o medo, o vazio. Pensamentos fixos num universo imaginário onde só existe solidão e a fumaça do cigarro.
Desilusão.
Apesar das flores coloridas, circulam ao meu redor passos trêmulos, mãos trêmulas.
Fotografias em preto e branco.
Desbotada.
As vozes soam num lamento e histórias tristes são contadas.
Apesar da música, há o sono incontido, dopado, cansado.
Apesar da solidariedade há a desconfiança e a inconstância.
Às vezes o silêncio é cortado por uma discussão séria por um motivo banal:
“Você sentou na minha cadeira!!!”
Apesar dos remédios há a agonia e as lágrimas.
Protegidos por muros, portões e portas, estamos num barco em plena tempestade.
Cérebros que não param de trabalhar.
Pensamentos turvos, ansiosos.
O dia começa como termina.
Incertezas.
A sensibilidade está à flor da pele, nos deixando vulneráveis a qualquer sombra.
Uma sombra que não avisa sua chegada.
Uma sombra sem forma, indescritível.
Uma sombra que pode vir ou não.
Às vezes ela vem em sonhos, ou por entre as lindas árvores em forma de melancolia.
Todos estão ali com o mesmo intuito: Resgatar o sentido da vida.
Uns venceram, outros desistiram no meio do caminho, outros ainda lutam, como eu.

CORPO OCO

Seca.
Tento lavar minha alma com lágrimas.
Seca.
Tento tirar de mim algo que me faça sentir.
Seca.
Desconfio da minha própria sombra.
Seca.
Preciso chorar.
Nada.
Não sinto nada.
Os meus sentimentos estão zerados.
Não há sonhos, planos, dia, noite, não há nada.
Sou um corpo oco.
Sem mente, sem coração, sem saliva.
Seca.
Seca de emoções.
Parada, fixo meu olhar no nada e fico assim, cheia de nada.
Imóvel, Seca, seca, seca.