Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MELANCOLIA

De manhã os rostos vão surgindo um a um.
Olhos de quem passou a noite chorando.
Sorrisos que tentam inutilmente disfarçar a indiferença.
Apesar das árvores frondosas e bem cuidadas, paira a dor, a inconstância, o medo, o vazio. Pensamentos fixos num universo imaginário onde só existe solidão e a fumaça do cigarro.
Desilusão.
Apesar das flores coloridas, circulam ao meu redor passos trêmulos, mãos trêmulas.
Fotografias em preto e branco.
Desbotada.
As vozes soam num lamento e histórias tristes são contadas.
Apesar da música, há o sono incontido, dopado, cansado.
Apesar da solidariedade há a desconfiança e a inconstância.
Às vezes o silêncio é cortado por uma discussão séria por um motivo banal:
“Você sentou na minha cadeira!!!”
Apesar dos remédios há a agonia e as lágrimas.
Protegidos por muros, portões e portas, estamos num barco em plena tempestade.
Cérebros que não param de trabalhar.
Pensamentos turvos, ansiosos.
O dia começa como termina.
Incertezas.
A sensibilidade está à flor da pele, nos deixando vulneráveis a qualquer sombra.
Uma sombra que não avisa sua chegada.
Uma sombra sem forma, indescritível.
Uma sombra que pode vir ou não.
Às vezes ela vem em sonhos, ou por entre as lindas árvores em forma de melancolia.
Todos estão ali com o mesmo intuito: Resgatar o sentido da vida.
Uns venceram, outros desistiram no meio do caminho, outros ainda lutam, como eu.

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