Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



terça-feira, 8 de outubro de 2013

AINDA É TEMPO



Algumas pessoas ainda percebem ao amanhecer, o azul do céu
E alegram-se com o frescor da manhã
Com o sol que ilumina as ruas, árvores, praças, calçadas
E vão para o mar, para o parque,
Ou simplesmente debruçam na varanda e sentem dentro de si uma alegria especial tomando todo o seu corpo,
E libertam-se do denso e viajam para o etéreo
E flutuam para longe do barulho dos automóveis
E deixam-se levar pelo vento frio que a natureza nos dá
E observam crianças brincando
Casais namorando
E sentem falta de uma bela música
E cantam, dançam, e dão graças a vida.
Giovanna Guterres
(Boa Vista, Recife, 08/10/2013)




terça-feira, 6 de agosto de 2013

A OUTRA MULHER

Vestida de preto,
Olhos marcantes, tristes e resignados
caminha a mulher do Oriente.
E no solo árido, marcas de lágrimas.
Amor e dor!
Um grito,
um gemido sofrido
homem querido ou um filho esvaído.
Lágrimas de amor...
alma branca que implora outro destino
o vermelho marca o preto do seu vestido
Tecido de desespero e desesperança.



terça-feira, 16 de julho de 2013

À LUZ DA MANHÃ

                            para Giovanna.



Amanheço a cidade do meu coração 
É sempre dia é sempre tempo
Com a nudez da sua confissão amorosa 
Pela vida que vive e viverá 
Senhor do seu próprio destino
Além das palavras que pronuncia 
E das descobertas do novo amanhecer.  


                                          Juareiz Correya 




(Recife, 28/outubro/2012)

TEXTOS TRANSCRITOS DO LIVRO "O DIÁRIO DE ANNE FRANK"



TRECHOS DO DIÁRIO DE ANNE FRANK


“... Somos um telhado de céu azul rodeado por nuvens negras e ameaçadoras. O trecho perfeitamente redondo, onde estamos ainda é escuro, mas as nuvens se aproximam, e o círculo entre nós e o perigo que se aproxima está cada vez se apertando mais. Estamos rodeados por escuridão e perigo, e em nossa busca desesperada de uma saída vivemos nos chocando um contra o outro. Enquanto isso, somos cortados pela massa de nuvens, de modo que não podemos subir nem descer. Ela paira diante de nós como uma parede impenetrável, tentando nos esmagar, mais ainda não conseguindo. Só posso chorar e pedir: ah, círculo, círculo, abra e nos deixe sair!”


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“...chorar pode trazer alívio desde que você não chore sozinha. Apesar de todas as minhas teorias e meus esforços, sinto falta – todo dia e toda hora – de uma mãe que me compreendesse. É por isso que, em tudo que faço e escrevo, imagino o tipo de mãe que eu gostaria de ser para os meus filhos no futuro. O tipo de mãe que não leva tão a sério tudo que as pessoas dizem, mas que me leve a sério...”


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“... ontem à noite sonhei com vovó. Minha doce vovó. Vovó foi leal e boa. Nunca decepcionou nenhum de nós. Não importava o que acontecesse, não importava que eu me comportasse mal, vovó sempre me defendia. Você me amava vovó, ou será que também não me entendia? Não sei. Como ela deve ter sido solitária apesar de nós! A gente pode estar sozinha mesmo quando é amada por muitas pessoas, quando não é o “único amor” de ninguém...”


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“... há uma coisa que não consigo fazer: amar mamãe com a devoção de uma filha. Acalmo a minha consciência com o pensamento de que é melhor colocar palavras no papel do que deixar que mamãe as carregue no coração...”


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“... tinha acabado de fazer 13 anos. Percebi que tinha me tornado uma “pessoa independente” mais cedo do que a maioria das garotas. Algumas vezes quando me deitava à noite, sentia um desejo terrível de tocar meus seios e ouvir as batidas calmas e firmes do meu coração...”


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“... o melhor remédio para os amedrontados, os solitários ou infelizes, é sair, ir a um local onde pessoas ficam a sós com o céu, a natureza e Deus. Só então você pode sentir que tudo é como deveria ser, e que Deus deseja a felicidade das pessoas em meio à beleza e à simplicidade da natureza. Acredito firmemente que a natureza pode trazer conforto a todos que sofrem...”


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“...riqueza, prestígio, tudo pode ser perdido. A felicidade em seu coração pode ser diminuída; mas estará sempre lá enquanto você viver para torná-lo feliz de novo. Sempre que estiver sozinho ou triste, tente olhar para fora. Não para as casas e os telhados, mas para o céu. Enquanto puder olhar sem medo para o céu, saberá que é puro por dentro, e encontrará a felicidade outra vez...”


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“...saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz...”


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“...eu sei que posso escrever. Sou minha crítica melhor e mais feroz. A não ser que você escreva, não saberá como é maravilhoso; e se não tiver talento para escrever livros ou artigos de jornal, sempre posso escrever para mim mesma. Não consigo me imaginar vivendo como as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Preciso de alguma coisa além de um marido e de filhos a quem me dedicar! Não quero que minha vida tenha sido em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil ou trazer alegria a todas as pessoas, mesmo àquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo após a morte! E é por isso que agradeço a Deus por ter me dado esse dom, que possa usar para me desenvolver e para exprimir tudo que existe dentro de mim! Quando escrevo consigo afastar todas as preocupações. Minha tristeza desaparece, meu ânimo renasce! Mas – e esta é uma grande questão – será que conseguirei escrever alguma coisa grande. Será que me tornarei jornalista ou escritora? E vou em frente, com o espírito renovado. Tudo vai dar certo porque estou decidida a escrever!”


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“...qual é o sentido da guerra? Por que, por que as pessoas não podem viver juntas em paz? Por que toda esta destruição? Por que se gastar milhões com a guerra a cada dia, enquanto não existe um centavo para a ciência médica, para os artistas e para os pobres? Por que as pessoas têm de passar fome quando montanhas de comida apodrecem em outras partes do mundo? Não acredito que a guerra seja obra de políticos, caso contrário, os povos e as nações teriam se rebelado há muito tempo! Há uma necessidade destrutiva nas pessoas, a necessidade de demonstrar fúria, de assassinar e matar. E até que toda humanidade, sem exceção, passe por uma metamorfose, as guerras continuarão a ser declaradas, e tudo que foi cuidadosamente construído, cultivado e criado será cortado e reconstruído, só para começar outra vez!”


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“... eu costumo me sentir mal, mas nunca me desespero. Vejo nossa vida no esconderijo como uma aventura interessante, cheia de perigo e romance, e cada privação é algo divertido a acrescentar no diário. Decidi levar uma vida diferente das outras garotas, e não me tornar mais tarde uma dona de casa comum. O que estou experimentando aqui é um bom início para uma vida interessante, e este é o motivo – o único – para eu rir do lado engraçado dos momentos perigosos...”


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“...sou jovem e tenho muitas qualidades ocultas; sou jovem, forte e vivo uma grande aventura; estou no meio dela e não posso passar o dia inteiro reclamando porque é impossível me divertir! Sou abençoada com tantas coisas: felicidade, alegrias e força. A cada dia me sinto amadurecendo, sinto a libertação se aproximando, sinto a beleza da natureza e a bondade das pessoas ao redor. A cada dia penso em como essa aventura é fascinante e divertida! Com tudo isso, por que deveria desesperar?”















Anne Frank foi uma adolescente alemã cuja família era de origem judaica. Escreveu um diário, que se transformou posteriormente num livro, em que relata sua vida no esconderijo onde ficou 25 meses escondida para não ser capturada pelos nazistas. Morreu num campo de concentração aos 15 anos de idade. Anne nasceu na Alemanha em 1929. Seu verdadeiro nome era Annelies Marie, mas todos em sua família a chamavam carinhosamente de "Anne". Em 1934, quando o nazismo fez aumentar as perseguições aos judeus na Alemanha, a família mudou-se para Amsterdã, na Holanda. No dia 12 de junho de 1942, quando completou 13 anos, Anne Frank ganhou de presente de seu pai um livro. Anne começou a usá-lo como diário quase que imediatamente. Pouco a pouco, Anne começou a registrar com frequência cada vez maior as dificuldades enfrentadas pelos judeus por causa da ocupação nazista. No mês de julho de 1942, a família Frank recebeu a notícia de que seria obrigada a se mudar para um campo de trabalhos forçados. Para fugir desse destino, a família transferiu-se para um esconderijo no prédio onde funcionava o escritório do pai. Na manhã de 4 de agosto de 1944, a polícia nazista invadiu o esconderijo, cuja localização foi descoberta por um informante que jamais foi identificado. Todos os refugiados foram colocados em caminhões e levados para interrogatório. Anne Frank e sua família foram mandadas para o campo de Auschwitz, na Polônia. Mais do que um campo de concentração, era também um campo de extermínio. No dia 28 de outubro, Anne, foI transferida para um outro campo, localizado em Bergen-Belsen, na Alemanha. A mãe, Edith, foi deixada para trás, permanecendo em Auschwitiz. Em março de 1945, uma epidemia de tifo se espalhou pelo campo de Bergen-Belsen. Anne, que morreu com apenas 15 anos de idade, poucos dias depois de sua irmã ter morrido. Seus corpos foram jogados numa pilha de cadáveres e então cremados. Otto Frank foi o único membro da família que sobreviveu e voltou para a Holanda. Ao ser libertado, soube que a esposa havia morrido e que as filhas haviam sido transferidas para Bergen-Belsen. Ele ainda tinha esperança de reencontrar as filhas vivas. Otto mostrou o diário à historiadora Annie Romein-Verschoor, que tentou sem sucesso publicá-lo. O diário foi finalmente publicado pela primeira vez em 1947. A obra teve tal sucesso, que os editores lançaram uma segunda tiragem em 1950. O "Diário de Anne Frank" foi traduzido para diversas línguas, com mais de 30 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. O livro que começou como um simples diário de adolescente transformou-se num comovente testemunho do terror nazista.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

HOMEM-POETA


Amo um homem
de nome Forte: Juareiz Correya
De andar másculo e voz sensual
De postura honesta e mãos solidárias.
Amo um homem de convicções firmes,
que se é sim é sim, se é não,
nem vem, ele repensa!
Amo um homem que abraça o mundo com seu coração bondoso
Um macho que deixa qualquer fêmea de pernas trêmulas
Um homem de sorriso aberto, olhar manso e inteligência brilhante.
Amo um homem que não olha para trás,
Mas para cima e para frente.
Ama a vida e acredita no seu trabalho,
e faz dele poesia.
Sim, amo um Homem-Poeta de beijo doce,
que respeita homens e mulheres.
Amo um Palmarense que cheira a mel de engenho,
Um filho da terra e que por ela luta.
Que só chora de alegria,
abstrai a tristeza,
a fraqueza
o medo,
e sonha amor.

(15/7/2013)




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

OS OLHOS DO MEU AMOR

Os olhos do meu amor
espelham sua alma pacificadora
e me emociono.
Vislumbro um céu azul
onde lágrimas de emoção
são nuvens de margaridas brancas
chovendo em seu rosto.
Doce entrega.
Minha respiração entra numa sincronia perfeita com a dele.
Somos habitantes de um mundo novo
onde apenas nossas almas flutuam.
Os olhos do meu amor
é luz que clareia as minhas ideias,
equilibra o meu corpo
e me comporta no seu.
Energia perene além da vida,
além da eternidade.

Recife/Ipsep/25/fev/2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

PRETO E PARDO

Eles não são velados. Ficam estirados nos acostamentos como indigentes esperando o carro do lixo passar. Enquanto isso sua carne apodrece ao sol. E o homem? O homem transita apressado sem olhar de lado. Hoje do ônibus o meu olhar sonolento observou uma cena de cortar coração enquanto buzinas irritadas gritavam aos meus ouvidos. Esqueci aquele cotidiano irritante e me transportei para a cena triste, observando um cachorro preto olhando o corpo do seu amigo pardo. O preto roçava a patinha na barriga daquele que deveria ter compartilhado com ele momentos de liberdade plena, boas aventuras, corridas alegres, mas também, talvez, a fome e o abandono. O preto olhava silencioso como a perguntar por que o pardo não se movia mais. Em volta não tinha o acúmulo da população curiosa. Não tinha quem explicasse a ele o por quê da imobilidade do seu companheiro. Ele estava só e não tinha o afeto que se dá a quem perde um ente-querido. Não tinha quem o tirasse dali uma vez que ele também corria perigo. Não tinha uma vela, um lençol branco a cobri-lo ou uma prece. Também não tinha IML. Mas o pardo ali inchando rapidamente faz parte da espécie animal mais digna que Deus colocou no mundo. É o que não trai, não magoa, pelo contrário, guia e protege, sem contar que muitas vezes entende mais o ser humano que qualquer outro ser humano. Ele dá sua vida pelo amigo-homem. É ele que alegra a vida de muitos solitários lambendo mãos que muitas vezes o bateram usando táticas disciplinares. O cachorro é aquele que espera ansioso a chegada do seu dono para um aconchego alegre traduzido no vai e vem ritmado de sua calda. Mas, infelizmente, em sua maioria não recebe os mesmos cuidados, a mesma proteção, a mesma consideração. 05/10/2006

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

PLENITUDE

Não há alegria sem saúde, 
Não há alegria sem paz, 
sem emprego e sem pão. 
Não há alegria sem sonhos, 
sem esperança e mudanças. 
Não há alegria sem fé e coragem, 
sem amor no coração. 
Não há alegria sem amigos, 
sem solidariedade e cumplicidade. 
Não há alegria sem poesia, 
sem música, 
sem arte. 
Não há alegria sem família, sem perdão.