Águas
que lavam telhados das casas
som incessante que aflige meu coração
pessoas que correm após o trabalho
Ninguém vende nada!
Nada no bolso, nada nas mãos.
Dias que findam com águas que escorrem nos asfaltos levando lixo,
levando
tudo.
Homens, mulheres e crianças
numa longa espera por transporte nas avenidas vazias.
A cidade desolada chora de agonia.
Corpos molhados, braços arrepiados tremem de frio.
Pés encharcados, doloridos, caminham na contra-mão.
O trânsito violento não perdoa!
Carros de luxo, distantes de tudo,
ninguém vê mãos estendidas,
ninguém quer saber de bocas famintas.
(Boa Vista, Recife, 17/8/15)
GiovannaGuterres
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