Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



terça-feira, 5 de outubro de 2010

CONSTATAÇÃO

No dia em que te conheci , cabias em meus braços,
sugavas meus seios, e não vivias sem mim.
A tua atenção era toda só pra mim, o teu olhar me seguia ávido, a minha voz te acalmava,
eu pegava a tua mãozinha, e te dizia sorrindo: mamãe está aqui!
Eu me sentia tua rainha e tu eras meu príncipe encantado de cabelos cor de sol.
Um dia eu tive que ficar algumas horas longe de ti,
Tu choravas inconformado, e eu saia pelas ruas desesperada, pensava em abandonar tudo por ti.
Era a primeira vez que nos separávamos.
O tempo foi passando e as horas que passávamos separados, iam aumentando.
De volta para casa, eu compensava minha ausência com muito amor, e ao te pegar no colo falava da minha saudade e da minha dor por ter que sair todos os dias e não poder estar todo o tempo do mundo junto a ti.
Tu eras tão inocente, brincavas comigo e eu me sentia perdoada e compreendida por ti.
Te ensinava a falar, a andar, a escrever, a comer e a amar.
Tu não paravas de crescer e o meu amor por ti nunca diminuía, só aumentava, só crescia!
As minhas preocupações por ti nunca diminuíam, só aumentavam, só cresciam!
Quando tu adoecias, eu não dormia, e quando saravas, eu sorria.
E tu crescias, crescias, crescias...
Aos poucos não era eu quem ia, mas tu que saias,
As minhas noites eram de angústia, eu te queria de volta logo, íntegro, inteiro, seguro.
Mas tu já não cabias em meus braços,
estavas se distanciando de mim, e eu pouco te via.
Mesmo assim, sempre que me procuravas eu estava pronta pra te ajudar, pra conversar, pra te aconselhar.
Tentava compreender o teu mundo, tentava te cativar e ser importante para ti,
não só nas horas em que precisavas de mim, eu também carecia muito de ti!
Não convinha mais te conduzir, apenas te esperar.
Hoje não sei quase nada de ti,
os nossos laços nos sufocaram,
a dor sangra em meu peito,
a minha alma sofre impotente,
a minha mente me tortura pelas falhas que cometi,
constato com tristeza que sou bem mais útil longe, bem longe de ti.

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