Maria Maria

"Ela tem um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta; Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Ela é a dose mais forte e lenta, de uma gente que ri quando deve chorar, e não vive, apenas aguenta...
Ela tem força, raça, gana, manha, graça e sonho, e mistura a dor e a alegria...
Ela traz na pele essa marca e possui a estranha mania de ter fé na vida"

(Milton Nascimento)
14/03/2010



domingo, 16 de dezembro de 2012

IMPOTÊNCIA




Tem frases que ouço e que me comovem profundamente.
As mudanças que desejo fazer em minha vida, reflete diretamente na vida das pessoas que estão ligadas a mim. Eu conto para elas os meus projetos e elas me observam com uma disposição passiva. Há alguns dias atrás falando sobre meus planos, ouvi um lamento e só agora em pensamentos soltos meu coração e minha mente se dispuseram a fazer o inverso, ouvi-las através do silêncio que imperou em nosso lar. Interpretar e entender aquele silêncio.
Há uma disposição quase que natural, de olharmos apenas para dentro de nós mesmos e nunca colocarmo-nos no lugar do outro quando tomamos algumas decisões.
Inevitavelmente todas as nossas decisões refletem direta ou indiretamente no outro. Principalmente se “o outro depende de nós”.
Uma vez que a vida é feita de momentos e nem sempre estamos assim, dispostos de produtivos, deveríamos naturalmente ter perdido esta postura tão egoísta.
Fiz esse exercício e não foi agradável. Pelo contrário, foi bastante dolorido.
Numa das nossas conversas no meio da minha empolgação ouvi do meu filho a seguinte frase:
            - Me sinto impotente.
Quantas vezes me senti impotente. Quantas vezes eu quis mudar algo em minha vida e não saí do canto por pura impotência, medo, ou até mesmo acomodação.
Da impotência sou catedrática. A impotência é uma corrente que nos amarra, trava os nossos movimentos mais prementes. É dolorida, bastante dolorida.
Sofri por meu filho só agora, percorrendo este caminho. Não gostaria de vê-lo sentir sensações que senti por tantos anos. Não gostaria de ser a portadora dessa dor que o acomete.
Filho meu... filho que tanto amo.
Quantas vezes ouvi de pessoas e pessoas que eu deveria fazer tais e tais movimentos em minha vida e eu explicava mil vezes que não dava, que não era possível naquele momento e não era compreendida, uma vez que, para as pessoas, era tudo tão simples, tão viável e para mim irrealizável. Não é à toa que me afastei de tanta gente “competente”.
Este afastamento foi uma das atitudes mais acertadas dos últimos tempos e posso dizer até madura. Eu não quero dar explicações à gente que não faz parte diretamente da minha vida pessoal. NUNCA MAIS!
Dar e dar explicações para mim, hoje é um sinal de insegurança, imaturidade, e algo totalmente desnecessário, uma vez que, na hora H somos nós que assumimos erros e acertos conseqüentes das nossas decisões.
Este é o momento muito particular na vida de cada um, em que chega a hora de ligar o FODAM-SE!
Mas isso só é possível quando nos sentimos totalmente seguros de que agüentaremos as “pontas” apenas com a força adquirida através das experiências vivenciadas por nós ao longo de nossas vidas. Este ato exige autonomia e auto-conhecimento.
Quando nos sentimos fortes, a vigilância é fundamental para não cairmos no erro de sermos arrogantes e prepotentes.
Independência é uma coisa, prepotência é outra!
E julgar é bem mais fácil que compreender!
O outro está lá: Parado. Preso. Acorrentado. Querendo fazer algo para nos ajudar e para se ajudar e sente-se impotente.
Se eu quis e não tive a compreensão de amigos quando me sentia acorrentada, como posso ignorar ou pelo menos tentar compreender a postura do meu filho? Condená-lo por incompetência e acomodação?
 Logo eu que tanto o amo?

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